O empreendedorismo tem ganho muito destaque no meio acadêmico e nas discussões empresariais. Nos Estados Unidos, é muito difícil encontrar uma instituição de ensino de administração que não apresente em sua grade curricular, ao menos, uma disciplina sobre empreendedorismo. No Brasil, algumas faculdades têm promovido fecundas reflexões e estímulo à atividade empreendedora. Que bom que as instituições de ensino em Administração não estão somente com a preocupação de formar gestores para as grandes empresas multinacionais, mas estão buscando contribuir com o desenvolvimento de empreendedores.
O Governo, nas suas várias esferas, está preocupado com esse tema. Ainda bem que nossos gestores públicos estão percebendo (é lógico que com uma lentidão habitual) que o empreendedorismo é a força motriz de qualquer país e representa a riqueza de uma nação e seu potencial para gerar emprego.
E, afinal de contas, o que é empreendedor?
Na perspectiva de alguns estudiosos, o empreendedor é aquela pessoa que consegue enxergar necessidades e desejos (reais ou potenciais) em um determinado mercado-alvo e busca transformá-los em excelentes oportunidades de negócio.
Para Vries (2001) em seu artigo “Rebeldes Criativos com Causa”, o empreendedor possui a capacidade de transformar uma ideia muito simples e mal definida em algo concreto.
O empreendedor é uma pessoa de grandes ideias, mas, sobretudo, ele deve atentar para o empresariamento das mesmas. Em outras palavras, é necessário concretizar a ideia, estudando os recursos relevantes para que o sonho se transforme em realidade.
Nosso objetivo aqui é dar alguns conselhos relevantes para o empreendedor que está abrindo seu negócio, no sentido de desenvolver melhor seus insights e transformá-los em oportunidades rentáveis.
O primeiro deles é amar a atividade escolhida! Sentir-se entusiasmado, ter empolgação pelo que faz, é o primeiro e grande elemento para obter o sucesso. Abrir um negócio apenas pensando em ganhar mais dinheiro não vale a pena. Amar aquilo que você faz, com certeza, trará como consequência o êxito financeiro. A biografia de muitos empreendedores vitoriosos sustenta essa afirmação.
O segundo conselho é organizar as ideias da empresa e sistematizá-las formalmente no papel. Formalizar a missão da empresa, a visão estratégica, os objetivos de longo, médio e curto prazos (estratégicos, táticos e operacionais) é uma condição básica para uma maior propensão ao êxito empresarial.
O terceiro conselho trata-se de, no início do empreendimento, possuir muita atenção na escolha do sócio. A associação com outra pessoa pode ser uma complementação de forças, mas pode representar, também, um enorme dispêndio de energia. Escolher bem o seu sócio é uma questão crucial para o sucesso de uma empresa. A união é capaz de alavancar ou de fazer o sonho do negócio próprio declinar. Sociedade empresarial é como um casamento: os parceiros devem possuir sintonia fina.
A quarta recomendação consiste em desenvolver o discernimento empresarial. Em outras palavras, como proprietário de um negócio, existirão períodos de muitos projetos e outros de demanda escassa. Ser prudente, sabendo a hora de poupar e a hora de investir, é mais uma fórmula para alcançar sucesso.
Cautela para aceitar muitos projetos é uma qualidade profissional ímpar. Competência está também em função do tempo. Há muitas empresas que acabaram desgastando suas imagens porque foram compulsivas. Elas aceitaram projetos sem a real capacidade de tempo e de infraestrutura para desenvolvê-los com um nível de qualidade significativo. Resultado: cliente insatisfeito desenvolve efeito multiplicador negativo, contando sua insatisfação para outras pessoas/empresas.
O quinto conselho é: tenha cuidado com o controle exacerbado em suas mãos, principalmente quando a empresa estiver crescendo. Há empreendedores e fundadores de negócios que possuem uma necessidade suprema de querer ser informado sobre todas as coisas nos mínimos detalhes. Os extremos do controle e da centralização geram lentidão no fluxo de informações, inibem a retenção e atratividade de funcionários capazes e atropelam a tomada de decisão.
Enfim, empreendedorismo é um tema que ganha relevância a cada dia. O mercado de trabalho está dividido em duas partes: o do emprego, com carteira assinada, e o do trabalho. O segundo grupo está ganhando absoluto espaço. Em outras palavras, os negócios empreendedores estão crescendo substancialmente. Cuidados devem ser tomados quando se pensa em abrir e levar um empreendimento a cabo. Ter plano de negócio sistematizado e escrito, escolher bem o sócio, ter cautela para aceitar projetos, organizar uma estrutura compatível com os objetivos organizacionais são conselhos básicos para se alcançar êxito empresarial. Ser um brilhante empreendedor não é só possuir formidáveis insights. Empresariar a ideia, ou seja, possuir a capacidade de transformá-la em oportunidade rentável, deve ser a meta de todos os que sonham com o sucesso de um negócio empreendedor.